Provérbios Provados noutras casas:

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Provérbio provado devorado

O Artur era o que vulgarmente se designa por comilão. Tinha um apetite voraz, era um saco sem fundo. Não era especialmente selectivo na escolha da merenda, comia tudo o que mexesse.
Entretanto, a esta altura do campeonato, e com as pistas já dadas, os leitores já perceberam que não estamos a falar de comida. Pois é, o Artur devorava corpos e estava-se literalmente cagando para as cabeças que os acompanhavam.
Outros garantiam-lhe que um bom cérebro se traduzia num acréscimo do desejo. Para o Artur eram balelas, o trabalho dos neurónios era-lhe indiferente. O que ele queria eram músculos ágeis, ancas num reboliço e cambalhotas olímpicas, uma fruição consentida e sem vínculos.
Comia até encher a pança e no fim palitava os dentes, que é como quem diz sacudia os tomates, com profundo desprezo pela companhia. Partia para a próxima refeição de memória limpa, não se preocupando minimamente com as bocas que ficavam a suspirar e os braços com vontade de abraços.
Algumas das suas conquistas pagavam-lhe na mesma moeda e nunca mais lhe queriam pôr a vista em cima; porém, outras havia que o desejavam rever e repetir o banquete.

- Onde se come ficam migalhas

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