Provérbios Provados noutras casas:

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Provérbio provado hierarquizado

O edifício era um labirinto onde as pessoas pagavam para se perderem. Quando se estavam quase a encontrar, vinha um assistente para os ajudar a perderem-se mais um bocadinho. Quando soava a hora de fecho, subitamente todos encontravam a porta de saída e deixavam de estar perdidos por aquele dia.
Havia o chefe de departamento, o chefe de divisão e o chefe do equipamento propriamente dito. Lá dentro, os peões, que ali se chamavam assistentes, podiam ter várias categorias, mediante a sua altura: altos, médios e baixos. Por exemplo, os assistentes altos nunca eram colocados no labirinto, pois serviriam como um bom ponto de referência para as pessoas se encontrarem lá dentro. Já os assistentes baixos não operavam as luzes e os mecanismos de alarme que estavam posicionados por cima da estrutura do labirinto, pois não altura, digamos, à altura dos acontecimentos.
Tudo ia decorrendo hierarquicamente como num carrossel de cores esbatidas: cada peça da engrenagem, mau grado o cansaço rotineiro das tarefas, sabia o seu lugar e aquele equipamento desempenhava a sua função sem grandes sobressaltos.
Um dia, o chefe de departamento entrou labirinto adentro sem se anunciar. Despiu-se de quaisquer elementos que o pudessem identificar e misturou-se com os utentes. O chefe era alto, mas encolheu-se de modo a não sobressair, e dispôs-se a acatar as sugestões dos assistentes baixos que o ajudariam a perder-se. Sabia de antemão que bastaria erguer-se e olhar para cima para as luzes e para os alarmes para se conseguir evadir dali, mas o chefe de departamento queria perceber efectivamente quem afinal poderia realizar que funções, pois suspeitava não ser a altura em metros um bom indicador de desempenho e, sim, haver outras coisas que faziam uma pessoa grande.

- A pessoa é grande quando respeita os pequenos

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