Tenho aqui à mão uma mão cheia de expressões que uma mão amiga, mãos largas que só ela, me fez chegar de mão beijada em primeira mão. Confesso que fiquei abismada com tal profusão de mãos a abanar mas, como em princípio cada pessoa tem duas, até faz sentido.
Então resolvi pôr mãos à obra e, estando já de mãos na massa sem mãos a medir, pus-me a pensar na quantidade e qualidade de mãos que me ampararam. Em cada mão de ensino que recebi quando estava a precisar de uma reprimenda com mão firme. Em cada mão de ferro que me castigou injustamente e teria merecido uma bofetada sem mão. Mas também nas acções com que se me dirigiram com mão de mestre e me convenceram de que estava em boas mãos. E ainda aprendi a não pôr a mão no fogo por ninguém, nem à mão de Deus Padre.
Ah, meus amigos, e eu sempre fora de mão, eu tão desastrada com mãos de aranha, sempre de mãos a abanar com uma mão atrás e outra à frente a meter os pés pelas mãos. De mãos vazias, contudo de mãos limpas e braços abertos, sem levantar a mão contra ninguém.
- Também tenho duas mãos
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